Na manhã desta sexta-feira (25), os Núcleos dos Direitos Humanos, Relações Étnico-Raciais e Meio Ambiente e de Relações Internacionais do Unifip realizaram entrega de um parecer técnico à Comunidade Quilombola da Pitombeira, na zona rural de Várzea (PB). O instrumento tem como objetivo oferecer elementos técnicos que contribuam para a recuperação do açude da comunidade, minimizando o problema da crise hídrica do local.

O documento foi construído a pedido da comunidade, por meio do Projeto de Extensão Internacional em Rede ‘Direitos Humanos, Cultura e Impactos Sociais, Políticos e Econômicos no Processo Colonial e Neocolonial no contexto contemporâneo: uma troca de experiências entre Brasil e Guiné-Bissau’, encabeçado pelo Núcleo.

De acordo com a presidente da Associação Quilombola de Pitombeira, Zuila Santos, essa é uma ação de extrema importância para a comunidade que, a partir do relatório, vai estar munida de elementos técnicos para pleitear a recuperação do manancial junto ao Poder Público. A comunidade possui cerca de 69 famílias com mais de 200 pessoas residentes.

“A ajuda, o apoio da universidade e do professor Arnaldo junto com os estudantes, foi maravilhoso. Porque isso nos coloca um passo à frente para conseguir esse recurso”, enfatizou a presidente da associação.

De acordo com coordenador dos Núcleos dos Direitos Humanos, Relações Étnico-Raciais e Meio Ambiente e de Relações Internacionais, Arnaldo Sucuma, a ideia é integrar a comunidade acadêmica com as comunidades, que provocam uma vivência real da prática profissional, além de contribuir para o acesso à direitos a partir dos serviços prestados nestes locais pelo Unifip.

“Nós escutamos relatos de diversas dificuldades que a comunidade enfrenta é, na ordem de prioridade, é a escassez hídrica, dificultando o acesso à água para consumo humano e produção agrícola”, destacou o coordenador que realizou a entrega do relatório.

O professor e engenheiro civil, Pabllo Araujo, esteve à frente da pesquisa que deu origem ao relatório. “Estamos entregando hoje esse parecer técnico, com todos os locais, de maneira preliminar, para a comunidade dar encaminhamento às autoridades competentes para que possam auxiliá-los nessa execução desse serviço”, explicou o professor.

Nesse processo de estudo, alunos de diferentes cursos são essenciais para uma análise multidisciplinar precisa. Na comunidade, ao longo do projeto, estiveram presentes alunos dos cursos de Engenharia Civil, Serviço Social, Pedagogia, Arquitetura e Direito.

Para a aluna do curso de Direito do Unifip, Vitória Patrício, o aluno tem no programa “a oportunidade de abrir os olhos para outras realidades, entender e trabalhar com diferentes pessoas, humanizando a formação”.

“Enquanto estudante, eu sinto que realmente foi muito importante para a nossa formação acadêmica e profissional, enquanto graduandos de direito. Ter contato com essa comunidade, tanto as quilombolas como as tradicionais da nossa região, que é tão invisível diante dos olhos da sociedade civil, é muito importante para ampliar a visão. E sinto que nós vamos conseguir inúmeros resultados positivos”, destacou Maria Eduarda de Carvalho, também estudante do curso de Direito do Unifip.

A proposta do Unifip é ir além das atividades práticas através dos programas de extensão, mas também contribuir para um sociedade mais justa através da luta e defesa de direitos por meio da universidade.