
Na noite dessa terça (22), foi realizada mais uma etapa do Ciclo de Minicurso do Núcleo de Direitos Humanos, Relações Étnico Raciais e Meio Ambiente do Unifip. O tema foi ‘Psicoestimulantes e a cultura da produtividade: riscos à saúde na busca por alta performance’, com a professora Drª Tatianne Mota Batista, que palestrou no evento.
Nesse contexto foram abordados a pressão pela produtividade e o desempenho em ambientes acadêmicos e profissionais, que, por vezes, tem provocado o aumento do uso de psicoestimulantes, sem prescrição médica. Essa é uma tendência crescente no Brasil, que tem preocupado órgãos de saúde e especialistas.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o consumo de metilfenidato, medicamento estimulante do sistema nervoso central, geralmente utilizado para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e a narcolepsia, cresceu 775% no país, no período de 2010 e 2019, um dado preocupante.
“Nós vivemos em uma sociedade onde está cansado é um sintoma de fraqueza e, muitas vezes, as pessoas buscam por essa produtividade máxima, sem pensar nos riscos, usando medicamentos sem prescrição médica e sem ter nenhuma indicação”, afirmou a Drª Tatianne Mota Batista.
Essa foi uma noite de reflexão mediada pelo professor Carlos Silva para toda a comunidade acadêmica, diante de uma cultura tóxica de produtividade e a normalização do “doping cognitivo” para melhorar a produtividade. A discussão foi um alerta para a comunidade acadêmica.
A aluna do 10° período do Curso de Farmácia, Lisandra Martins, acredita que a temática é muito pertinente, principalmente, diante da pressão exercida a estudantes e a novos profissionais no mercado.
“É um tema bastante pertinente porque as pessoas se apegam muito à questão medicamentosa para alcançar bons resultados de produtividade, e isso pode trazer alguns malefícios à saúde”, afirmou Lisandra.
O evento faz parte de uma série de palestras desenvolvidas pelo núcleo a partir do Ciclo de Minicursos.